terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A tristeza retornará (quando eu te beijar e não encontrar mais nada de mim dentro de você)




Quando fechares a porta

Nada me restará nem sequer o vazio

E numa planície infinda minh’alma morta

E meu corpo demente, mendigo, em completo desvario.

Quando fechares a porta

E eu não puder mais entrar em teu peito

Sentirei da morte a lamina torta

Banhada com meu sangue iluminada pelo feito.

Quando fechares a porta

Dentro de mim abrirá um abismo

Sentirei o peso de tudo que corta

E um tremendo e pavoroso sofismo.

Quando fechares a porta

Meus dentes e língua haverão sumido

A lembrança que fui, infinitamente absorta

Perdido num mundo que jamais haverá existido.

-NO PALCO-

Um comentário:

Daniel Andrade disse...

Como é perigosa a paixão!
Bonito texto poeta