Quando fechares a porta
Nada me restará nem sequer o vazio
E numa planície infinda minh’alma morta
E meu corpo demente, mendigo, em completo desvario.
Quando fechares a porta
E eu não puder mais entrar em teu peito
Sentirei da morte a lamina torta
Banhada com meu sangue iluminada pelo feito.
Quando fechares a porta
Dentro de mim abrirá um abismo
Sentirei o peso de tudo que corta
E um tremendo e pavoroso sofismo.
Quando fechares a porta
Meus dentes e língua haverão sumido
A lembrança que fui, infinitamente absorta
Perdido num mundo que jamais haverá existido.
Um comentário:
Como é perigosa a paixão!
Bonito texto poeta
Postar um comentário