terça-feira, 31 de julho de 2012

Esperança

O que espero
É nunca esperar nada.

Jimmy (Marcone)

-NO PALCO-
Área restrita

O amor está tão fora de mim
Que dentro dele seria corcel
Alado em beleza plena.

Jimmy (Marcone)
 -NO PALCO-
Poema Final  

Ó cores virtuais que jazeis subterrâneas,
_ Fulgurações azuis, vermelhos de hemoptise,
Represados clarões, cromáticas vesânias,
No limbo onde esperais a luz que vos batize,
As pálpebras cerrai, ansiosas não veleis.
Abortos que pendeis as frontes cor de cidra,
Tão graves de cismar, nos bocais dos museus,
E escutando o correr da água na clepsidra,
Vagamente sorris, resignados e ateus,
Cessai de cogitar, o abismo não sondeis.
Gemebundo arrulhar dos sonhos não sonhados,
Que toda a noite errais, doces almas penando,
E as asas lacerais na aresta dos telhados,
E no vento expirais em um queixume brando,
Adormecei. Não suspireis. Não respireis.

Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'

-NO PALCO-