
Quando tempo ceifar a beleza da rosa,
Serão notáveis talo e espinhos,
Pois, se outrora flor pomposa,
Já, decrépita, seco galho em escarninho.
Das belas pétalas sedosas cor do reflexo
Apenas folhagem seca a flutuar ao vento.
Seu perfume simples e tão desconexo
Transmuta-se em vapor e de vapor a advento.
Rosa rósea, perdida no espelho.
Vida curta, sem rosa sobre o azul.
Rósea, morta, apodrecida num canteiro,
Sempre flor no entanto, até na pomba morta de Istambul.
Foi-se aconchegado nos braços do tempo o apogeu da formosura.
Dúbio o tirano abandona a lembrança do que na beleza foi contido,
Voltará deveras e levará a recordação para a clausura.
Restará então, o espaço a roseira e a eterna falta de sentido.
-NO PALCO-
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